sexta-feira, junho 19, 2009

Coração Cais...

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Eu sempre soube deixar ir,
é que os rios nas beiras aos quais fiquei sem saber nadar
me fizeram assim, dona de caminhos transitórios,
dona apenas do acenar dos viajantes
eu mesma muitas vezes enchi o peito de promessas
e vi acenar remadores,
ficou-me a força...
mesmo que passem os remadores
reforma-se o cais...
por que também há navios que chegam,
também ha os sem portos
que precisam de coisas da terra firme
que tantas vezes obriga os marinheiros a parar
ah outras águas e outras carnes a se buscar em terra
ah coisas que o mar não faz,
eu aprendi que rio é caminho
que mar é caminho
e que as canoas passam
e o rio e o mar vão e voltam
ficou-me acenares e ancoras
reformo meu porto e aceno
tenho coração de cais
mas me fiz argonauta
por questões goegráficas
um dia o rio me levou
e como certas coisas que perdemos
nunca mais me devolveu
mas eu não tinha nada
alem das maresias
encantei-me com a terra firme
e ficou-me um coração marinheiro num corpo cais
e ficou-me a sede navegante
abastecidas nas esquinas
durmo e navego em sonhos Cléopatra do amazonas, rainha do Anapu
nas noites quentes
nas tardes de tempestade
um coração Amazônico
sabe enfrentar as trovoadas
sabe-se cruzar mareios
entre chuvas enormes
não nos espantam raios e trovões
gostamos mesmo é da noite aberta
das noites claras pra se pegar outros bichos
pra se pescar outros peixes
Ah! nosso coração Amazônia...
teme mais um peixe do que uma onça
sabe o perigo das coisas que não se pode abraçar,
pequenas e perigosas coisas
sabe das coisinhas coloridas que escondem venenos,

sabemos distinguir distintas tonalidades de nuvens e jogamos no bicho por elas, vemos forma, apostamos romances e procuramos deitados depois
de tijelas de açaí... , alguma forma de comunicação com certos deuses desenhistas, que conseguem sempre ter algo a contar mesmo os distraídos

entre as distrações das nuvens e os perigos dos caminhos
construímos esse coração capaz de adversidades, de perigos e deslumbres
com caiporas encantadas, com bichos do meio do mato que saem e assutam sem existirem

Temos também o estímulo da selvageria, as coisas de bicho que faz dificil fazer cativo um selvagem e ao mesmo tempo, somos dóceis como os búfalos do marajó....

Aprendi coisas do rio, sem encher e vazar, sei as distinções dos climas pelas tonalidades das nuvens, as possibilidades de chuva implicadas , nas formas variadas de turvar do tempo, as vezes nem sabemos que o céu é azul de tantos dias cinzentos e molhados

as saias de carimbó imitam vazantes, marés de lançante das cobras dos igarapés...

isso faz do nosso coração sempre um desvendar dos mesmos mistérios.
sempre um redescobrir na similitude da passagem dos dias os momentos, que os fazem diferente

pra um caboclo é sempre preciso imaginar, forjar no peito explicação para perigos indesvendáveis e reais

como atribuindo demônios para os dias, que se busca para distingui-lo entre fenômenos iguais dos dias iguais, cinzas e chuvosos.

Quando eu era cais e tudo em mim parava, eu olha o rio a interrogar pronde ele ia ? demorados e demorados dias, eu me perguntava onde dava aquele fim de rio, e pra onde ele levava os marinheiros acenantes, e outro dia já mais grande eu perguntava donde trazia os viajantes e eu ia cada dia mais subindo meu rio imaginário...

e fui ver como nas noites as noites claras , dissipam-se os calores que abaixam as nuvens e as estrelas se revelam no escuro negativo do rio corrente
do rio que leva marinheiros,
do rio que traz viajantes...
de tudo que passa,
de tudo que fica ...
e de tudo que simplesmente é parte da vida do cais ... que maré leva, e as vezes não traz.

quarta-feira, maio 20, 2009

O sexinho das conservas

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Sobre isso: http://www.campogrande.news.com.br/canais/view/?canal=8&id=254293








o sexinho das conservas...




por:Andrezza Almeida







Em todas as sociedades em todos os tempo existiram conservadores, sendo a opinião mais antiga do mundo, desde que existem Gays e prostitutas existem conservadores, e da opinião deles e do seu incansável sentido de manutenção da ordem estabelecidas que se originam todos os problemas que relacionamos ao patriarcado e aos vícios dos capitalistas.

Um conservador é um ser nocivo, ele é uma praga que Adoece a sociedade , que fica sem a possibilidade de desenvolver os anticorpos necessários para a transformação que nos conduzirá, mesmo que cambaleantemente embreagados, nus e pervertidos ao novo mundo possível.

O comércio do sexo, e suas diversas facetas como sites de mulheres nuas, cinemas de pegação, ou a própria prostituição só assusta por que, dentro de uma perspectiva pouco profunda associa-se ele ao tráfico de mulheres, a exploração sexual e a pedofilia, sendo que estes são crimes muito específicos que não estão NECESSARIAMENTE associados, nem a prostituição nem a comercialização de material pornográfico.

O problema da prostituição é e talvez continue sendo todo o cerco de moralidade que gira em torno da sexualidade feminina, sendo que qualquer estudo breve sobre as políticas higienistas que se iniciam com a Epidemia de sífilis nas primeiras décadas do século XVI, mostram, que aquelas medidas adotadas tinham uma dura missão, era necessário manter-se um controle sobre as prostitutas para conter os avanços da doença para dentro dos lares, e curiosamente todas as ações eram voltadas apenas para estas mulheres, sendo que em momento algum houve qualquer restrição sobre a sexualidade masculina ou qualquer ação moderadora neste sentido.
A sexualidade castigada não é a masculina da qual se espera obviamente uma postura sexual incontrolável, a mulher o confinamento, para a mulher o quarto , a cozinha e as pernas cruzadas na sala de visita.

Ou seja essa idéia não é nova, as políticas de controle da sexualidade que sempre se valera do embasamento cientifico da preservação da saúde publica , vão sempre no sentido de perseguir aquilo que Margareth Rago chama de sexualidades vagabundas, sempre sem sucesso, por que o formato das leis que se referem a sexualidade foi idealizado por uma corja de apologistas do celibato

A prostituta é valorada em oposição a mulher honesta, com que se casam os conservadores e juntos procriam filhos conservadores e assim perpetuam a espécie e a estagnação moral que tem matado e violentado mulheres e gays.

Como acabar com a pornografia? Como acabar com a obscenidade da qual se alimenta a pornografia, tolhindo ainda mais a sexualidade humana? contendo os ânimos? jogando água fria? Enviando para cárceres confessionais as prostitutas que como todos os trabalhadores utilizam de seu corpo e sua força de trabalho para obtenção do elemento básico de existência urbana : o dinheiro?

Quantos sutiãs queimados , quantos assassinatos homofóbicos impunes, quantas travestis trasnfiguradas e prostitutas violentadas serão necessários para que os conservadores revejam suas posições, para que tirem os olhos das pernas cruzadas nas salas de visitas e seus paus de dentro das putas pornográficas e vão cuidar da construção de um mundo onde a sexualidade seja vista como a coisa sadia e vital que é? Qual o limite de gostar de sexo? De ver revistas , entrar em sites, pagar prostitutas, ser gay?

Se retirarmos os desvios como pedofilia e violência e deixarmos todo o resto daquilo que classificamos como sexualidade humana , qual o limite do saudável? Quem tem essa informação? Baseada em que fatores? a cada cama sua vontade, a cada humano seu desejo compartilhado com o outro, eu quero, eles querem, nós queremos, que assim seja.

É chocante que no meio da luta pelo entendimento da diversidade das manifestações humanas esteja se querendo criminalizar ainda mais o nosso sexo? Papai-e-mamãe pra todo mundo? desculpa! mas essa moda não pega mais...mas sempre da pra tentar um nova caça as bruxas, só pra conservar o costume.

domingo, maio 17, 2009

A Revolução semeada.

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As fofocas de Mauss...

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Marcel Mauss foi sobrinho de Emile Durkheim e professor de Levi-strauss a quem o próprio chama de grande mestre, formulou a grande teoria da dádiva, que mais tarde através do discipulo daria origem as teorias sobre as trocas simbólicas , gerador de um grande paradigma da antropologia resumido pela brilhante professora Maria do Rosário através de uma frase do seu clássico 
Ensai sur le don
-O QUE HÁ NA COISA DADA QUE OBRIGA QUEM RECEBE A RETRIBUIR?

a pergunta continua tão atual e intrigante quando foi feita .

entre outras fofocas em torno do trio estaria a idéia de que Mauss teria desenvolvido sua pesquisa toda dentro do gabinete, o que para os antropólogos atuais é muito grave, -Seu Antropologo de Gabinete!
ou - Sai do ar-condicionado que a realidade tá te chamando lá fora... bem Mauss era um clássico refrigerado, seu aluno Levi-strauss acusado de oportunismo aproeitando-se do caracter inconclusivo da densidade da obra de Marcel , é acusado de ter-se aproeitado de boa parte das informações do mestre além de ter se utilizado dela ara galgar osiçãoes acadêmicas, tudo muito parecido com o que se passa nos corredores de qualquer academia, acho que tudo bem , se isso torna ocê um clássico e autor de dezernas de liros insdispensáeis a formação de qualquer um dos seus colegas de trabalho. 

Ironicamente o texto mais lido no que diz reseito a Marcel mauss é o Prefácio a Obra de Marcel Mauss, escrito or ninguem menos que ...Claude Lei-Strauss

http://www.scielo.br/pdf/rsocp/n14/a10n14.pdf

O REI DO CARIMBÓ: PINDUCA

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Eu sou de Igarapé-Miri, uma cidade pequena e com muitos títulos, capital mundial do açai e terra do rei do carimbó, na escola a gente arende os primeiros passos, nas festas juninas o carimbó é um esetáculo a parte dentro das quadrilhas, muito bem organizadas por aquelas bandas, Aurino Quirino Gonçalves o pinduca é figura constante nas festas de nossa senhora Santana:
um de seus clássicos remete ao carimbó de ponta de pedras um dos mais tradicionais da região amazônica:
Somos de Ponta de Pedras
da ilha do Marajó
lá também a gente faz
sucesso de carimbó (bis)
É carimbó pra lá
é carimbó pra cá
é carimbó em ponta de pedras
é carimbó em belem do Pará (bis)
O carimbó segundo pinduca
http://www.pinducacarimbo.com.br/hist_carimbo.html


Carimbó com Referência bibliográfica...


sábado, maio 16, 2009

semiologia

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Semiologia Você sabe o que é semiótica? ah não? então comece lendo estes sites:

linguistica:

http://www.lendo.org/o-que-e-linguistica/


Saussure:

http://www.jackbran.pro.br/linguistica/curso_de_linguistica_geral.htm

http://www.filologia.org.br/viisenefil/09.htm

Leach:
Autor de:
As idéias de Levi-strauss, a diversidade da Antropologia e o clássico Cultura e Comunicação, seu grande ensaio sobre semiologia.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132002000200014

Peirce
E um labirinto de Peirce
http://home.kqnet.pt/id010313/html/8.html

é um bom começo...depois os mais recentes hardcores...

foto tirada de um site muito legal:

http://apedra.zip.net/

Diógenes , o Cínico.

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by:http://afilosofia.no.sapo.pt/10diogenes.htm

Diógenes, o cínico (404-323a.C.)Diógenes é assinalado, em muitas histórias da filosofia, como o filósofo que desprezou ostensivamente os poderosos e as convenções sociais. Nasceu em Sínope. Foi discípulo de Antístenes (c.444-365 a.C.), fundador da filosofia cínica. Como todos os cínicos desprezava as ideias gerais e as convenções sociais, negando a possibilidade da própria ciência. Diógenes ficou associado a diversos episódios que exprimem as suas ideias éticas, as únicas a que dava verdadeira importância. A única forma de vida aceitável seria a conforme à natureza, tudo o mais não passava de vento. Conta-se que Alexandre da Macedónia, o grande imperador da antiguidade, ao encontrá-lo lhe teria perguntado o que mais desejava. Acontece que devido à posição em que se encontrava, Alexandre, fazia-lhe sombra. Diógenes, então olhando para o sol afirmou: "Não me tires o que não me podes dar!". Levando ao extremo esta atitude de desprezo pelas convenções sociais, Diógenes, tinha como casa um barril e vestia-se de trapos. Deambulava pela cidade com um lamparina acesa, mesmo de dia, afirmando a quem o interrogava que procurava "um verdadeiro homem". Aquele que vivia de acordo com a natureza*.

Leia-se natureza como a harmonia dos seres viventes.


Há anos a tradição cínica reune-se, e em todos os nossos encontros catárticos , não conseguimos fechar a sempre mutável conceitualização de cinismos...Os cínicos estão por ai e suas performances podem ser comprovadas no riso constante que mantem em todas as adversidades...






E outro dia lendo sobre o caso do filósofo descobri uma coisa incrivel a grande confraria maçonica é cínica: pasmem...


http://www.samauma.biz/site/portal/conteudo/opiniao/ap00307diogenesocinico.htm
ainda não sei dizer a importancia disso...

O bom e sempre atual Charles Darwin...

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Tem sempre quem faça as mais bárbaras acusações ao bom Charles Darwin, e dizer alguem de Darwinista é como acusa-lo de ter uma doença grave, insolúvel e que vem se alastrando ao longo de muitos séculos de estudos, sempre tem alguem preocupado em dizer que o evolucionismo é uma farça, que é preciso abstrair a perspectiva evolucionista e tal como as análises cartesianas o mal permanece insolúvel...
Eu digo sempre evoluir é exatamente o que acontece com o mundo ,e como o ser humanos , o problema é e tem sido o juízo de valor atribuido a isto. tem os que creem que evoluir é melhorar e que uns seria mais evoluidos que outros, nada disso, a evolução são as transformações que acontecem que são justificadas e desencadeadas pelo fluxo das contingências do REAL, sendo a realidade esse conjunto de ocorrências que determinam a passagem dos dias e a sequência dos acontecimentos... evoluir é trasnformar-se por etapas, sendo cada uma dessas etapas muito bem marcadas por um conjunto de modificações.
Leia-se o Charles, vamos desestegmatizar o conceito , um dos maiores movimentos da epistemologia é a resignificação dos conceitos , fazendo um upgrade, relendo aquilo que é sim uma forma de evoluir, existem distintas gradações, inclusive ao Estado, algumas formas de conceitualização, o reconhecimento de alguns conceitos são necessários para garantir essa evolução para um patamar se não melhor, mais adequado as contingências da realidade atual... vale apena ler sem preconceito e viver fugindo dele...

A briga de galos balineses. de Gueertz , uma resenha...

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Gueertz me ensinou que vergonha é algo externo, que está baseada nos valores alheios , sendo um dos maiores contribuintes da minha sem-vergonhice.





Briga de Galos
No capítulo “Um jogo absorvente: Notas sobre a Briga de Galos Balinesa” do livro A interpretação das culturas
pudemos observar como uma aldeia balinesa tem sua cultura vinculada à briga de galos e como esse elemento é significativo na constituição dos indivíduos e na relação social que transparece e permeia os ritos locais.Colocando uma lente de aumento nas fissuras, no ocasional, no instável podemos observar como a estrutura dá espaço para esses acontecimentos e como que esses acontecimentos refletem a estrutura. Tentando pensar nas estruturas de sociedade ocidental capitalista de hoje realizamos uma cena com elementos significativos de possíveis paradigmas que estão aqui presentes.A cena se passava num lugar urbano fechado onde jovens de classe média alta se desafiavam num jogo de roleta russa, a arma era passada de mão e mão até que num determinado momento um participante desiste. Logo em seguida, um outro participante gira o gatilho e morre. Como troféu, os que tentaram e continuaram vivos comemoram tirando uma foto junto com o morto.Antes de falarmos em especial da cena vamos descrever um pouco mais sobre o que representava a briga de galo para a cultura balinesa, para que assim aprofundemos nossa análise na cena proposta.Um aspecto que chamou atenção na briga de galos foi o paradoxo de ocorrer justamente numa aldeia calma e afastada uma manifestação tão festiva de incentivo à violência dos animais. De certo modo, os animais representavam os próprios habitantes e simbolizavam o poder centrado no status e a briga de galo era uma maneira de se adquirir prestígio entre a população local. Sobre isso, o autor nos atentou ao fato de que essa subida de status ocorre de forma fictícia através das brigas de galo e que a realidade em si não é modificada com desnivelamentos de camadas sociais, mas que ocorre uma espécie de “salto através do espelho”.“Os homens prosseguem humilhando alegoricamente a um e outro e sendo humilhados alegoricamente por um ou outro, dia após dia (...). Mas não se modifica realmente o status de ninguém. Não se pode ascender na escala de status pelo fato de vencer brigas de galos; como indivíduo, você não pode ascender nessa escala de maneira alguma. E também não pode descer por esse meio. Tudo que você pode fazer é aproveitar e saborear, ou sofre e agüentar, a sensação engendrada de movimentação drástica e momentânea ao longo de uma semelhança estética dessa escala, uma espécie de salto de status por trás do espelho, que tem a aparência de mobilidade, mas não é real.” (GEERTZ, 1978: 310).As apostas eram feitas, mas o que estava em jogo mesmo era a reputação de quem perdia e de quem ganhava. Para isso o galo era preparado como um legítimo atleta. Muito dinheiro era gasto em sua preparação e muitas técnicas eram aprimoradas para que o galo conseguisse se defender e acabar com o outro. A briga de galo geralmente não durava muito. Quase sempre havia morte de um galo e o outro se saia ferido. O juiz era digno de muito prestígio, pois se tinha na briga de galos um evento único.Diante disso, e recapitulando nossa cena, é possível notar que a reputação também contou muito para o desfecho e realização da suposta roleta russa. Embora não seja corriqueira, essa situação também acontece na nossa sociedade e com diversas variantes. Tentamos traduzir para uma linguagem cotidiana a vontade das pessoas em se agredirem até beirarem o limite que é a própria morte física. A coragem demonstrada pelos actores faz com que a vida adquira uma nova significação em contraposição com o desafio da morte. A foto simboliza os valores baseados na imagem que se espera das pessoas dentro de um grupo numa determinada camada social e cultural. A representatividade do rito, assim como na briga de galos, adquire uma quebra no tempo/espaço atribuindo aos “ganhadores” uma efêmera posição de prestígio e status “eles sobreviverem” e talvez seja isso, diante de tudo o que passamos, até considerando nossa morte em vida, que seja o troféu para essa pessoas: elas não tem nada a perder, elas precisam resignificar o sentido de suas próprias vidas, elas precisam registrar uma identidade coletiva e provar a si mesmo que são alguma coisa e que fizeram algo de corajoso e desafiador e para isso é preciso que alguém morra, que alguém perca para que se tenha o vencedor. Essa é uma analogia bem nítida do estado de competitividade em que chegamos e ainda muitas vezes reafirmamos com nossas frases, nossos discursos darwinianos e ainda com as nossas atitudes. A figura da pessoa que desiste é sem dúvida elementar para a compreensão do todo. Ela é uma figura sem lugar, ela não venceu e nem perdeu, é o deprimido, aquele que as pessoas acreditam que inventa seus próprios problemas é o não inserido. Pensar nessa figura, assim como nessa feroz batalha pelo capital e pela significação do ser é pensar quais os caminhos que estamos traçando e inúmeras vezes nos confundindo com os próprios galos da briga de galos balinesa.[1] GEERTZ, Clifford. Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa. In: GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

O mestre Levi-Strauss

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Dizem as mitologias antropologicas que o velho Claude tomou um elixir de longevidade entre os indíos da Amazônia que o permite viver até hoje , com 101 anos, muitos outros desbravadores seguiram seus passos em busca desse elixir e nunca mais foram vistos...



by:http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u642.jhtm

Um dos grandes pensadores do século 20, Lévi-Strauss tornou-se conhecido na França, onde seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da antropologia. Filho de um artista e membro de uma família judia francesa intelectual, estudou na Universidade de Paris.De início, cursou leis e filosofia, mas descobriu na etnologia sua verdadeira paixão. No Brasil, lecionou sociologia na recém-fundada Universidade de São Paulo, de 1935 a 1939, e fez várias expedições ao Brasil central. É o registro dessas viagens, publicado no livro "Tristes Trópicos" (1955) que lhe trará a fama. Nessa obra ele conta como sua vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil. Exilado nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi professor nesse país nos anos 1950. Na França, continuou sua carreira acadêmica, fazendo parte do círculo intelectual de Jean Paul Sartre (1905-1980), e assumiu, em 1959, o departamento de Antropologia Social no College de France, onde ficou até se aposentar, em 1982.O estudioso jamais aceitou a visão histórica da civilização ocidental como privilegiada e única. Sempre enfatizou que a mente selvagem é igual à civilizada. Sua crença de que as características humanas são as mesmas em toda parte surgiu nas incontáveis viagens que fez ao Brasil e nas visitas a tribos de índígenas das Américas do Sul e do Norte.O antropólogo passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos. O método usado por ele para estudar a organização social dessas tribos chama-se estruturalismo. "Estruturalismo", diz Lévi-Strauss, "é a procura por harmonias inovadoras".Suas pesquisas, iniciadas a partir de premissas lingüísticas, deram à ciência contemporânea a teoria de como a mente humana trabalha. O indivíduo passa do estado natural ao cultural enquanto usa a linguagem, aprende a cozinhar, produz objetos etc. Nessa passagem, o homem obedece a leis que ele não criou: elas pertencem a um mecanismo do cérebro. Escreveu, em "O Pensamento Selvagem", que a língua é uma razão que tem suas razões - e estas são desconhecidas pelo ser humano.Lévi-Strauss não vê o ser humano como um habitante privilegiado do universo, mas como uma espécie passageira que deixará apenas alguns traços de sua existência quando estiver extinta. Membro da Academia de Ciências Francesa (1973), integra também muitas academias científicas, em especial européias e norte-americanas. Também é doutor honoris causa das universidades de Bruxelas, Oxford, Chicago, Stirling, Upsala, Montréal, México, Québec, Zaïre, Visva Bharati, Yale, Harvard, Johns Hopkins e Columbia, entre outras.Aos 97 anos, em 2005, recebeu o 17o Prêmio Internacional Catalunha, na Espanha. Declarou na ocasião: "Fico emocionado, porque estou na idade em que não se recebem nem se dão prêmios, pois sou muito velho para fazer parte de um corpo de jurados. Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele - isso é algo que sempre deveríamos ter presente". Atualmente, mora em Paris.

sexta-feira, maio 15, 2009

Marco Polo.

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E quando estava no leito de morte o padre disse : agora que voce está morrendo confesse que voce mentiu sobre muitas coisas, e o primeiro grande etnografo Marco Polo disse, indignado:
- Não contei nem a metade

do Wickpédia:
Marco Polo (Veneza 15 de setembro de 1254 – Veneza, 29 de janeiro de 1324) foi um mercador, embaixador e explorador. Nasceu na República de Veneza no fim da Idade Média. Juntamente com o seu pai, Nicolau Polo (Niccolò), e o seu tio, Matteo, foi um dos primeiros ocidentais a percorrer a Rota da Seda. Partiram no início de 1272 do porto de Laiassus (Layes) na Armênia. O relato detalhado das suas viagens pelo oriente, incluindo a China, foi durante muito tempo uma das poucas fontes de informação sobre a Ásia no ocidente.
A rota percorrida foi: através da Armênia até o norte da
Turcomânia, e passando por Casaria e Sivas, atingiram Arzingan, de onde se avista o monte Ararat. Seguiram o curso do rio Tigre até Bandas, através de Mosul, chegando a Bagdá. Decidiram ir a Ormuz e seguir de barco até a longínqua China, porém ao verificarem as embarcações precárias que seguiam pelo Oceano Índico, decidiram seguir por terra. Rumando norte chegaram a Khubeis, além o deserto de Lut. Depois Damagham, a antiga Hecantompylos de Alexandre. Sempre rumo leste, atravessando desertos, rumaram para Balkh (antiga Báctria Regia). Por fim partiram para nordeste, através dos passos do Pamir, finalmente chegando a grande cidade de Kachgar.
De lá rumo sudeste para
Khotan onde aguardaram outra caravana para atravessar com mais segurança o deserto de Taklamakan. Chegam a Kan-Cheu onde encontram estátuas gigantescas de Buda. Voltaram-se para sudeste, cruzando o Huang Ho para a cidade de Si-ning, de onde encontraram pela frente a grande estrada Tibete-Pequim.
Dirigiram-se à corte do
rei mongol Kublai Khan, neto do poderoso Gengis Khan e, a seu serviço, percorreram a Tartária, a China e a Indochina. O imperador permitiu que os Polos voltassem a Veneza, aproveitando o regresso de uma embaixada de Arghun-Khan, que subira ao trono na Pérsia e solicitava uma princesa da corte chinesa para casar-se. A volta foi via marítima, Kublai-Khan enviou 14 navios e um total de dois mil homens com eles. Como chegaram em Málaca em meados de maio de 1291, tiveram que esperar ventos favoráveis monçônicos que só chegaram em outubro. Estiveram no Ceilão e de lá bordejando a costa da Índia chegaram a Ormuz (Pérsia) após 18 meses da partida. Após entregarem a princesa, os Polo seguiram por terra até Armênia, passando por Trebizonda, Constantinopla e Negroponte, de onde embarcaram para Veneza.
Lá chegando em
1295, Marco Polo comandou uma tropa na guerra contra Gênova, acabando por ser feito prisioneiro. Durante o cativeiro, ditou as suas aventuras de viagem a um prisioneiro, Rusticiano de Pisa (Rustichello da Pisa), que foram traduzidas em latim, em 1315, pelo frei Francisco Pipino. Em 1485, depois de traduzidas em várias línguas, foram impressas. A primeira tradução portuguesa impressa surgiu em 1502, sob o título de Livro de Marco Polo.
As suas
crônicas e histórias povoaram imensamente o imaginários de vários povos e chamavam a atenção pela incrível riqueza de detalhes e emoção produzida em suas narrativas.
Ainda existem dúvidas quanto a se Marco Polo fez tudo o que alegou ou se simplesmente narrou histórias que ouviu de outros viajantes. Mas, quaisquer que tenham sido as fontes de A Descrição do Mundo, de Marco Polo, os
eruditos reconhecem sua importância. "Nunca antes ou desde então..." ,diz um historiador, "...um homem forneceu tão imensa quantidade de novos conhecimentos geográficos ao Ocidente."
O
livro de Marco Polo, Il Milione ou As Viagens, é um testemunho da fascinação do homem por viagens, novas paisagens e terras distantes.

A casa é minha, pode entrar...

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Eu trato blogs como livros, tem de todos os tamanhos, de diferentes capas, mas cada um com a sua particularidade , cada um com sua temática , tem os cheios de história e os mais curtinhos, uns são series , outros são cordéis, mas um blog tem que ter uma identidade, que quase sempre tem haver com a textura do fundo, com o avatar do cabeçalho, no fim tudo inspira um certo tipo de texto, muitas coisas podem inspirar ujm blog, ou ele pode ser inspirado por uma única coisa, de modo que acabo por classifica-los como blogs homo e heterogêneos, eu apesar de ter ao longo de uma vida em poesia variado apenas a forma da inspiração, e pouquíssimo o tipo de sentimento.


É sempre uma dose de paixão súbita, amor em crise, saudade, angustia, gozo e outros temas adjacentes, como morte, traição, perda e essas coisas da vida de qualquer ser humano normal, outro dia um amigo tentou me convencer que evidentemente havia em mim muito mais normalidade do que qualquer coisa para alem disso, mesmo que eu não tenha recebido prêmios, nem escrito livros e mesmo que não tenham me oferecido placas nem medalhas , desde a quinta série, eu continuo por ai tentando fazer a diferença.

O problema é que o resultado de uma vida você as vezes não tem muita oportunidade de gozar, por conta da esclerose, catarata ou dos muitos palmos de terra sob a cabeça, paciência, não há por que preocupar-se em antecipar a posteridade, apenas em trabalhar duro por algo que dure, algo firme, forte , são as bases sólidas das ações e a natureza profunda dos sentimentos que garantem que a obra transcenda a vida a lucidez e a vitalidade.

Outra coisa sobre blogs, é que eles não me interessam se são diários, fodam-se as dietas de 500 calorias ou os inesgotáveis diálogos desses blogs que começam com : Meu querido diário... minha vida não é da conta de ninguem além do biógrafo que será contratado para conta-la num lindo livro capa dura de muitas páginas traduzido em 5 idiomas. ( enquanto eu babo em cima do enfermeiro).

Ai depois dessa crise de identidade do meu blog e dos meus mais recentes arroubos narcísicos decidi que não tinha um nome mais legal pra colocar nesse blog, que , pasmem, meu próprio nome, acho que foi a melhor idéia que tive em 28 anos de existência... melhor ter outras por que se continuar assim me espera apenas um frio anonimato, fica ai as primeiras linhas, pretendo falar mais de antropologia e outras coisas legais... fique a vontade a casa é minha mas pode entrar...